Hoje, enquanto o café coava devagar, fiquei ali, só olhando aquele fio quente e perfumado escorrer pelo filtro. E me veio uma pergunta meio boba, mas sincera: por que será que a gente vive correndo, se justamente as melhores partes do dia pedem calma?
É engraçado como o tempo, no fundo, não se mede só por relógio. Se mede pelo que a gente sente. Dez minutos presos no trânsito não têm o mesmo peso que dez minutos sentada na varanda, com o vento bagunçando o cabelo e a cabeça em paz.
A vida vive tentando dizer pra gente: “olha o simples, olha o agora”. Mas a gente complica. Corre atrás do “mais” — mais trabalho, mais metas, mais coisas pra mostrar — e esquece do “melhor”: aquele abraço que acalma, aquele silêncio que conforta, aquela risada que salva o dia.
Eu sei que não dá pra parar tudo. Mas será que dá pra ir mais devagar dentro desse turbilhão? Talvez seja isso que chamam de sabedoria: conseguir enxergar beleza no pouco, saborear o instante, agradecer pelo que já está aqui.
Porque no fim das contas, o tempo não é sobre acumular horas. É sobre guardar memórias.
E se a gente começasse a medir os dias não pelo que a gente produz, mas pelo que a gente realmente vive? Talvez o tempo deixasse de ser um inimigo apressado, pra virar um companheiro que caminha ao nosso lado.
E você? Tem conseguido notar as coisas simples? Me conta: qual foi a última vez que um momento pequeno fez seu dia valer a pena?

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